Pesquisadores da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), campus Divinópolis, criaram um teste rápido para a detecção da doença de Chagas. A inovação promete facilitar o diagnóstico precoce, especialmente em regiões de difícil acesso.
Atualmente, a maioria dos kits utilizados no Brasil é importada, o que aumenta os custos e dificulta a distribuição. Segundo o professor Alexsandro Galdino, responsável pelo projeto, o objetivo é tornar Minas Gerais referência no desenvolvimento de testes diagnósticos nacionais.
Como funciona o teste?
O teste utiliza uma amostra de sangue e entrega o resultado em cerca de 15 minutos, com alta precisão. Ele diferencia casos positivos de negativos, sendo uma ferramenta eficiente para o diagnóstico rápido.
Os pesquisadores agora buscam parcerias para ampliar os testes e validar o método. A meta é disponibilizá-lo no Sistema Único de Saúde (SUS) e beneficiar milhões de brasileiros, muitos dos quais desconhecem a infecção por apresentarem sintomas assintomáticos em 70% dos casos.
Impacto e desafios
A doença de Chagas, transmitida pelo barbeiro, é uma enfermidade negligenciada que pode causar complicações graves no coração, esôfago e intestino. Dados da Superintendência Regional de Saúde (SRE) mostram um aumento nos testes realizados:
Casos confirmados na fase crônica também cresceram, de 9, em 2020, para 128, em 2023.
“Com o teste rápido disponível na atenção primária, o diagnóstico precoce será mais acessível, o que é essencial para a cura”, destacou Nayara Dornelas, especialista em doença de Chagas.
Ciência a serviço da saúde pública
"Nosso trabalho tem o poder de melhorar vidas. Ciência é isso: tirar conhecimento da academia e levá-lo para a população", afirmou Carlos Resende, doutorando em biotecnologia.