31/10/2024

Notícia/Região

Operação desmonta esquema de soltura ilegal de presos em Minas

Foto: Reprodução pixabay

Um esquema que envolvia advogados, policiais civis, agentes penitenciários e cidadãos comuns foi alvo de uma operação conjunta desencadeada em Minas Gerais na manhã desta terça-feira. Segundo o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), o grupo está envolvido na soltura legal de pelo menos oito detentos, que chegavam a pagar até R$ 850 mil para deixar a cadeia. 

A ação é a segunda fase da chamada Operação Resgate. O objetivo foi cumprir mandados de prisão preventiva expedidos pela 4ª Vara Criminal da Comarca de Belo Horizonte. Participaram da operação o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, a Corregedoria-Geral da Polícia Civil, a Polícia Militar de Minas Gerais e Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap). 

No início de 2018, o MPMG instaurou um procedimento investigatório criminal após ser informado que um traficante, já investigado pelo Gaeco, foi solto indevidamente de um presídio na Grande BH, cujo nome não foi informado pelo órgão. As investigações acabaram revelando que aquela soltura era apenas uma de muitas, “executada por verdadeira empresa criminosa, que atuava falsificando informações dos sistemas eletrônicos das forças de segurança pública, visando à soltura de presos, mediante pagamento de propina”, informou o MP. 

O Ministério Público apurou que a organização criminosa foi responsável por, pelo menos, oito solturas de traficantes e homicidas com grande poder econômico. O preso liberado irregularmente pagava entre R$ 300 mil e R$ 850 mil, por meio de dinheiro, carros e imóveis. Os bens eram registrados em nome de terceiros para acobertar a origem criminosa. 

Hoje foram cumpridos dois de três mandados de prisão e ainda foram apreendidos celulares de dois investigados. As diligências continuam para localizar o outro investigado. Eles foram denunciados por organização criminosa, inserção de dados falsos em sistemas, falsidade de documentos públicos e lavagem de dinheiro. Ofertada contra 16 réus, a denúncia descreve mais de 30 crimes. 

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