13/07/2025

Notícia/Região

Implante contraceptivo hormonal será oferecido pelo SUS

Foto: FERNANDO FRAZÃO/AGÊNCIA BRASIL

O Sistema Único de Saúde (SUS) passará a oferecer o implante contraceptivo hormonal conhecido como Implanon. Segundo o Ministério da Saúde, o método apresenta vantagens em relação a outros contraceptivos por sua alta eficácia e longa duração — ele atua no corpo por até três anos.

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A decisão de incorporar o Implanon à rede pública foi anunciada nesta quarta-feira (2), durante uma reunião da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec). A medida será oficializada por meio de uma portaria que deve ser publicada nos próximos dias.

Após a publicação da portaria, o Ministério da Saúde terá até 180 dias para viabilizar a oferta do implante. Esse processo envolve diversas etapas, como a atualização de diretrizes clínicas, compra e distribuição do produto, capacitação de profissionais da saúde e outras ações técnicas e logísticas.

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A previsão é que o contraceptivo esteja disponível nas unidades básicas de saúde (UBS) ainda no segundo semestre deste ano. O governo pretende distribuir 1,8 milhão de unidades, sendo 500 mil ainda em 2025. O investimento previsto é de aproximadamente R$ 245 milhões — cada implante custa atualmente entre R$ 2 mil e R$ 4 mil.

O Ministério da Saúde ressaltou que ampliar o acesso a métodos contraceptivos como o Implanon também contribui para a diminuição da mortalidade materna, em consonância com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). A meta é reduzir em 25% a mortalidade materna no geral e em 50% entre mulheres negras até 2027.

O que é o Implanon?

Trata-se de um implante subdérmico — inserido sob a pele — que oferece proteção contra a gravidez por até três anos. Não há necessidade de manutenção nesse período. Após o prazo, o dispositivo deve ser retirado por um profissional de saúde habilitado e, se desejado, um novo pode ser inserido logo em seguida. A fertilidade da mulher é rapidamente restabelecida após a remoção.

A aplicação e a retirada do implante devem ser feitas por médicos ou enfermeiros devidamente capacitados. Por isso, o ministério prevê ações de formação prática e teórica voltadas a esses profissionais para garantir a implementação segura do método.

Atualmente, entre os métodos contraceptivos de longa duração oferecidos pelo SUS, apenas o DIU de cobre é classificado como LARC — contraceptivo reversível de longa ação, na sigla em inglês. Esses métodos são considerados mais eficazes, já que não exigem uso diário ou mensal da mulher, como ocorre com pílulas ou injeções hormonais.

“Os LARC são métodos seguros e reversíveis”, reforçou o ministério.

Métodos contraceptivos já disponíveis no SUS:

  • Preservativo masculino e feminino;

  • Dispositivo intrauterino (DIU) de cobre;

  • Anticoncepcional oral combinado;

  • Pílula de progestagênio;

  • Anticoncepcionais injetáveis mensais e trimestrais;

  • Laqueadura tubária bilateral;

  • Vasectomia.

Vale lembrar que, entre todos os métodos oferecidos pelo SUS, apenas os preservativos garantem proteção contra infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).

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