O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) sugeriu, durante uma reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), a implementação do horário de verão como uma estratégia para aliviar a pressão no sistema elétrico em horários de pico, especialmente entre 14h e 16h. No entanto, a decisão final ainda está pendente.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, apresentará essa recomendação ao governo e ao Judiciário, e a decisão só será tomada após esse processo. Se aprovado, o horário de verão entrará em vigor 30 dias após a publicação do decreto pelo presidente Lula e após as eleições.
Uma preocupação levantada é que estados como o Acre não adotam o horário de verão, o que poderia fazer com que as votações começassem muito cedo, potencialmente desestimulando a participação dos eleitores.
Desde 2022, as eleições acontecem no horário de Brasília, das 8h às 17h. No Acre, isso significa que as votações ocorrem das 6h às 15h no horário local. Se os relógios forem adiantados em uma hora, estados do Nordeste, por exemplo, começariam a votação às 7h no horário local, finalizando mais cedo. No Acre, isso significaria início às 5h, encerrando logo após o almoço, às 14h.
Os mesários precisariam chegar antes desse horário, obrigando-os a se deslocar para as zonas eleitorais durante a madrugada. Essa situação poderia aumentar a taxa de abstenção, segundo membros do TSE.
Além disso, foi destacado que, com o pôr do sol, 20% da energia gerada sai do sistema, demandando ajustes adicionais, com a necessidade de integrar outras fontes. A economia prevista durante o horário de verão pode alcançar R$ 400 milhões, de acordo com os especialistas, equivalendo a uma redução de 2,5 GW na geração de energia.
Na reunião, os técnicos do Cemadem informaram que não há previsão de chuvas significativas nos próximos quinze dias. Contudo, apesar da seca, afirmaram que não há riscos para o planejamento energético, uma vez que as térmicas foram despachadas e os reservatórios se mantiveram com 55% de capacidade para o período seco.
O ministro mencionou, em coletiva, que foram discutidos diversos mecanismos para garantir a segurança energética e o planejamento, destacando o horário de verão como um dos pontos a serem considerados.
— Recebi o relatório de um grupo de trabalho constituído há 15 dias, e foi indicado que a volta do horário de verão é prudente e viável. Em 2019, a suspensão do horário de verão ocorreu sem justificativa adequada. Em 2021, enfrentamos quase um colapso energético que gerou custos superiores a R$ 5 bilhões e elevou as tarifas de energia em 20% — afirmou ele.